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”Se, conforme foi sugerido,
denominamos a fase extrema do capitalismo que estamos vivendo como espetáculo,
na qual todas as coisas são exibidas na sua separação de si mesmas, então
espetáculo e consumo são duas faces de uma única impossibilidade de usar. O que
não pode ser usado acaba, como tal, entregue ao consumo ou a exibição espetacular.
Mas isso significa que tornou impossível profanar (ou, pelo menos, exige
procedimentos especiais). Se profanar significa restituir ao uso comum o que havia sido separado na esfera do sagrado,
a religião capitalista na sua fase extrema, está voltada para a criação de algo
absolutamente improfanável.”
Giorgio Agamben in profanações, Ed. Boitempo, p.71