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"cosa mentale"

“Toda a vez que uma obra de arte é capaz de produzir o fenômeno estético em mais de um ser humano, essa obra de arte é social.”
Mário Ferreira dos Santos em "Convite a Arte e Convite a Dança", 5º edição.

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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Coágulos de ar - Chama o Wilden!



Um dos prédios onde tínhamos aula era improvisado ao lado dos estábulos do curso de veterinária. Havia apenas um funcionário fixo ali: o Wilden. 

Wilden organizava pastas, carimbava carteirinhas de passe escolar, guardava o material de limpeza, abria e fechava as salas, fazia café, consertava vídeo-cassetes, projetores e televisões, desentupia pias, desemperrava torneiras, trocava lâmpadas.  Nunca soube exatamente qual nome de cargo estaria registrado em seu contrato. Wilden não usava crachá.

Todos sabiam mesmo seu nome que era chamado diante de toda situação que fosse considerada um problema, Wilden sempre ia dar uma olhadinha, seja agora, seja depois, e invariavelmente descobria que isso era só fazer assim ou de outro jeito.

Uma vez, entramos para aula e o professor estava sentado numa cadeira, mão no queixo, olhando para o alto. Quando se deu pela nossa presença, ele começou:

- Aconteceu uma coisa... A aula era sobre criatividade... Aí, eu cheguei e o Wilden tava aqui, instalando o projetor. Eu falei pra ele: essa sala é estranha, só tem o prego aí, né? Mas, seria tão bom se a tela pudesse ficar aqui... Ali é ruim de ver...

A parede onde o professor queria colocar a tela era forrada de armários de cima a baixo.

- Aí, ele falou assim: ah! você quer pôr a tela aí? A gente põe! Eu falei: ué? mas, dá?

- dá, sim...

Aí, o Wilden veio com a chave do armário, enfiou ali na fechadura e pendurou a tela. Assim ó, vocês tão vendo? E... Eu acho que é isso...


segunda-feira, 21 de abril de 2014

quarta-feira, 15 de maio de 2013

pista abismal 1985: photomaton, vox & labor intus



Ninguém acrescentará ou diminuirá a minha força ou a minha fraqueza. Um autor está entregue a si mesmo, corre os seus (e apenas os seus) riscos. O fim da aventura criadora é sempre a derrota irrevogável, secreta. Mas é forçoso criar. Para morrer nisso e disso. Os outros podem acompanhar com atenção a nossa morte. Obrigado por acompanharem a minha morte.

herberto helder