trecho encontrado no diário de
Theodora Romanbella quando 16 anos:
“Vou criar o que me aconteceu. Só porque viver
não é relatável. Viver não é vivível. Terei que criar sobre a vida. E sem
mentir. Criar sim, mentir não. Criar não é imaginação, é correr o grande risco
de se ter a realidade. Entender é uma criação, meu único modo. Precisarei com
esforço traduzir sinais de telégrafo – traduzir o desconhecido para uma língua
que desconheço, e sem querer entender para que valem os sinais. Falarei nessa
linguagem sonâmbula que se eu estivesse acordada não seria linguagem.”
Clarice Lispector
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