... como sugerir a escuta de um bosque? ...
Será que uma pessoa
pode ser alguém "com horizonte na vida", se não vive a experiência
possivelmente cotidiana, e não apenas turística, de contemplar no
silêncio de um fim de tarde a nunca mesmice de um pôr do sol?
"até que nem tanto exotérico assim..."
Essa experiência tem a ver com um certo ritmo, com uma cadência
respiratória, com o alargamento dos acreditados limites do existir, com o
pouso numa quietude de onde pode emergir o que ainda não é. Que poderá
manifestar-se depois em turbulência, ruptura, denúncia, dor, tanto faz.
Falo do silêncio não como alienação, mas como condição de gestação do
porvir.
"de onde vem o baião, vem debaixo do barro do chão..."
(Venha ver o por do sol - considerações sobre a experiência do silêncio na formação artística - Regina Machado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário